Planta em perigo de extinção é monitorada em São José dos Ausentes
Localizada na divisa de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a região dos Aparados da Serra possui uma
flora peculiar que conta com grande número de espécies raras e endêmicas (que ocorrem somente em
uma determinada área ou região geográfica). Por esse motivo, destacam-se no licenciamento ambiental
das obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), as ações de resgate, transplante e realocação de
espécies nativas. No Lote 1, em São José dos Ausentes, o Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), por meio da Unidade Local de Vacaria, realiza a demarcação e o monitoramento das
populações de cambajuva (Cambajuva ulei), planta considerada “em perigo” na Lista Nacional Oficial de
Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (2014).
A pavimentação dos 8,3 quilômetros que compõem a rodovia no lado gaúcho está paralisada desde 2014.
Mesmo sem obras, a Gestora Ambiental (STE S.A.) executa atividades para prevenir a geração de impactos
ao meio ambiente. Segundo recomendação do IBAMA, os indivíduos de cambajuva existentes ao longo do
trecho devem receber ações de preservação até o final da obra. Para isso, já foi realizado o cercamento de
uma área com aproximadamente 100 metros no km 53, onde há grande concentração da espécie. Mais
recentemente, a equipe demarcou com estacas os exemplares encontrados nas proximidades do km
52+450. Quando a obra recomeçar, explica o coordenador da Supervisão Ambiental, Augusto Leipnitz,
100% das cambajuvas identificadas na faixa de domínio devem ser transplantadas.
De acordo com o Centro Nacional de Conservação da Flora, a cambajuva é uma espécie de bambu perene
encontrada em locais com altitude entre 980 e 1800 metros, habitando banhados e campos turfosos.
Floresce em intervalos de aproximadamente três anos e caracteriza-se pela folhagem verde-acinzentada,
rígida e ereta. Ocorre em habitat severamente fragmentado e está sujeita à incidência de ameaças como a
agropecuária e incêndios frequentes.
