Uma atividade ao ar livre conectando natureza, ci¬ncia, hist│ria e cultura marcou o
encerramento das comemoraºÁes alusivas ao Dia Mundial do Meio Ambiente nas obras
de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC. Na óltima quinta-feira, 27/06, o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT/SC), por meio da
Gestora Ambiental (STE S.A.) do empreendimento, levou alunos e professores da
Escola de Educação Bísica Timbé do Sul á Trilha do Portal do Palmiro, onde a equipe
realizou oficinas de monitoramento de organismos indicadores da qualidade da ígua e
falou sobre preservação dos Patrimônios naturais e históricos do munic¡pio.
A primeira parada da trilha ocorreu ás margens do rio Rocinha. A ecóloga Caroline
Voser explicou que pequenos organismos chamados de macroinvertebrados
bentnicos permitem a anílise de poss¡veis impactos na fauna aquítica e na
manutenção da qualidade dos recursos h¡dricos. Estes animais consistem em espécies
de insetos, minhocas e moluscos que habitam o fundo de rios e lagos e que súo muito
sens¡veis a qualquer alteração no ambiente em que vivem. Tais caracter¡sticas fizeram
com que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovíveis
(Ibama) recomendasse o monitoramento nas obras da rodovia.
Após a explanação teórica, os estudantes tiveram a oportunidade de pr em prítica os
ensinamentos aprendidos. Caroline recolheu amostras utilizando um coletor de malha
posicionado contra a correnteza, revolvendo o sedimento com as múos e
desprendendo os organismos para que fossem levados em direção ao interior da rede.
Divididos em grupos e com o aux¡lio de lupas, os alunos tiveram a tarefa de coletar os
animais para identificação. A equipe distribuiu material com imagens ampliadas das
espáécies e a pontuação correspondente de cada uma para anáílise. ôA gente classifica
os organismos e, conforme as fam¡lias identificadas, ® poss¡vel estimar uma faixa de
qualidade do ambiente entre bom ou ruim, afirmou a ecáóloga. O resultado final
comprovou a boa qualidade da ígua, visto que a atividade ocorreu em local protegido.
A estudante Lávia Maria Pizzoni, 15, conta que se surpreendeu com o que viu. ?ôGostei
muito da atividade, conheci insetos novos e vi que a ígua do rio estava bem limpa.
Acho importante que este conhecimento seja levado para escola, senúo a gente nunca
teria essa experiá¬ncia, avaliou.
A trilha seguiu em meio a mata, possibilitando a abordagem de temas envolvendo a
flora e fauna nativas, at® chegar á caverna conhecida como Toca do Tatu. A furna
composta por dois tÚneis quase paralelos recebeu esse nome por tratar-se de uma
paleotoca, abrigo escavado por mam¡feros gigantes que foram extintos hí cerca de 10
mil anos. No interior da caverna os alunos visualizaram diferentes grafismos rupestres,
que súo imagens gravadas em incisÁes na própria rocha. Responsível por guiar os
visitantes e garantir a Conservação do local, Valdivino Alano acredita que conscientizar
os mais jovens á® fundamental. ôPassar um pouco do meu conhecimento á® uma
atividade que faço com amor, porque a natureza ® muito rica e linda. Eu tenho
esperança que eles tambáém se dediquem a esse trabalho no futuro, afirmou.
O táérmino da atividade ocorreu com a apresentação do projeto musical ôCanção dos
Bichos: rock & natureza, proposta educativa que utiliza máÚsicas autorais que
mesclam rock, jazz, reggae e funk com informaºÁes sobre plantas, passagens de fauna
e animais nativos como o gambí-de-orelha-branca, o zorrilho, o ratúo-do-banhado e o
tamanduí. O estudante Roger Balcevicz, 14, revela que o contato com a natureza ®
indispensáível na sua vida. ?ôFrequento muito estas áíreas que trazem paz e energia
boa, ainda mais quando acompanhada de mÚsica e de um argumento. Depois da BR-
285 pronta, com certeza vai aumentar o nÚmero de pessoas e espero que elas possam
visitar esses lugares para aprender um pouco sobre a histáória dessa cidade incrável,
comentou.