Publicada em 26 de Abril de 2019

DNIT registra vestígios do tropeirismo para produção de documentário

No mês de abril foram realizadas incursões em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul
para gravação do documentário sobre a formação histórica da região em que estão
inseridas as obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC. Produzido pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT/SC), por meio da
Gestora Ambiental (STE S.A.), o material busca contribuir com a valorização da cultura
e da identidade locais, bem como fortalecer as potencialidades turísticas da região. O
trabalho tem como fio condutor o tropeirismo, um importante fragmento histórico do
transporte de cargas no País que remonta ao final do século XVII e início do XVIII.

Em Nova Veneza (SC), a equipe gravou entrevistas e imagens aéreas com o apoio dos
profissionais do Instituto Felinos do Aguaí, um projeto ambiental dedicado à
conservação dos felinos silvestres que estão entre as espécies mais ameaçadas do
mundo, afetados principalmente pela perda do seu habitat. O projeto é realizado na
Reserva Biológica Estadual do Aguaí, uma das dez Unidades de Conservação estaduais
do estado de Santa Catarina. O Instituto ainda cedeu imagens – capturadas por meio
de armadilhas fotográficas – de espécies como o leão-baio e a jaguatirica.

Nos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, foram registradas imagens de
importantes patrimônios materiais e paisagísticos da época. No município de Bom
Jesus, a equipe esteve no Passo de Santa Vitória e no Passo do Matemático, locais de
travessia das tropas pelos rios Pelotas e das Antas, respectivamente. Onde hoje se
localiza a pousada Estância das Flores foram gravadas cenas de um dos mais
preservados corredores utilizados pelos tropeiros, o qual conta com mais de seis
quilômetros de extensão. Estas estruturas são formadas por dois muros paralelos
construídos em taipas de pedra encaixadas a seco e cuja função era facilitar a
condução das tropas de gado.

Já em São José dos Ausentes, a equipe realizou gravações no Morro da Cruzinha, local
descrito pelo sargento-mor Francisco de Souza Faria quando da abertura do Caminho
dos Conventos entre 1728 e 1730. Tal caminho era uma das principais rotas de ligação
entre o litoral e o planalto e passava por Timbé do Sul, cidade que hoje recebe as
obras de pavimentação da Serra da Rocinha, via que também foi utilizada em
atividades tropeiras e que se projeta como a principal ligação entre as regiões Sul de
SC e Nordeste do RS. A realização das expedições contou também com o apoio do
coordenador do grupo Pró-BR-285, Jaziel de Aguiar Pereira, do guia de turismo Alex
Boeira e da empresa de imagens aéreas Topcam, de Pelotas.