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23 de Agosto de 2020 Obras

DNIT conclui atividades de pesquisa arqueológica na BR-285/RS/SC

DNIT conclui atividades de pesquisa arqueológica na BR-285/RS/SC
As atividades de pesquisa arqueol│gica foram encerradas nas obras de implantação e
pavimentação da BR-285/RS/SC, entre São José dos Ausentes (RS) e Timbé do Sul (SC),
após anu¬ncia do Instituto do Patrimônio histórico e Art¡stico Nacional (IPHAN). Ao
longo de 40 meses, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)
desenvolveu aºÁes para preservar os bens de interesse histórico e cultural da
comunidade sem preju¡zo ao cronograma do empreendimento.

A execução do Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico ® uma das
condicionantes do licenciamento ambiental da rodovia. Os estudos começaram ainda
na fase de obtenção das Licenças Prévia e de Instalação, em 2011, com a realização
de pesquisas que indicaram vest¡gios de uma ocupação humana muito antiga na
regiúo. O IPHAN recomendou entúo que fosse realizado o resgate destes bens
arqueológicos e ainda o monitoramento das obras de instalação.

Em janeiro de 2017 ocorreu o salvamento de dois s¡tios l¡ticos superficiais (relativos á
pedra lascada e polida) localizados no traçado do Contorno de Timbé do Sul. Lí foram
encontrados 59 artefatos de uso associado á atividade de manejo florestal em um
sistema de assentamento caçador-coletor. Todo o material coletado foi higienizado,
inventariado, analisado, interpretado e encaminhado para guarda definitiva na reserva
técnica do Laboratório de Arqueologia Pedro Ignício Schmitz da Universidade do
Extremo Sul Catarinense (UNESC), em CriciÚma (SC).

O trabalho foi complementado no in¡cio deste ano, quando a equipe acompanhou e
registrou a supressúo da vegetação e o in¡cio da terraplanagem na írea do s¡tio Arthur
Piassoli I, identificando outros 11 instrumentos, essencialmente machados lascados e
polidos. As medidas inclu¡ram ainda o monitoramento constante das obras,
especialmente nas fases com movimentação de solos, visando detectar evid¬ncias
arqueológicas núo identificadas durante o diagnóstico. Núo foram localizados, no
entanto, novos vest¡gios que justificassem a metodologia de escavação. A arqueóloga
Mariana Neumann, que faz parte da equipe da Gestão Ambiental (STE S.A.), ressalta
que o refinamento das conclusÁes e interpretaºÁes ® necessírio a partir do avanço dos
estudos abrangendo os vales e interiores de cáónions. ?ôSabe-se muito acerca das
ocupaºÁes pr®-coloniais nos Campos de Cima da Serra e na plan¡cie litorónea, mas
pouco acerca deste ambiente que articula estes dois espaços amplamente ocupados
em um intervalo que abrange quase 10 mil anos, salienta.

Durante sete meses, o DNIT também realizou o Programa de Educação Patrimonial
com o objetivo de socializar o conhecimento arqueol│gico adquirido ao longo da
execução do projeto com a comunidade local, fomentando o pensamento cr¡tico sobre
história e cultura. Foram realizadas palestras de sensibilização e mobilização, sa¡das
de campo, produção de Exposição, entre outras atividades que envolveram cerca de
250 pessoas. Vale destacar também que a Gestora Ambiental produziu o
documentírio Arqueologia Pr®-Colonial: Licenciamento Ambiental, vídeo com
15min30s que revela as técnicas utilizadas pelos arqueólogos no salvamento dos s¡tios
e ainda os províveis usos de cada peça.

Monitoramento e prospecção no Rio Grande do Sul

Ainda que as obras estejam paralisadas no lote gaÚcho desde 2014, vistorias regulares
também ocorreram no segmento de São José dos Ausentes. Em agosto de 2018 foram
realizadas novas prospecºÁes arqueológicas buscando complementar dados
anteriormente levantados e verificar, em especial, a írea do vale da nascente do rio
das Antas, sobre o qual está projetada uma ponte.

Visando a identificação de registros pr®-coloniais na írea localizada na regiúo dos
Campos de Cima da Serra, a equipe optou por criar um modelo preditivo que
orientasse as prospecºÁes. A arqueóloga Mariana Neumann explica que, partindo da
premissa de que grupos humanos tendem a estabelecer padrÁes de ocupação ou
assentamento, esta metodologia ® capaz de identificar a probabilidade de resultados
futuros com base em dados hist│ricos. As atividades se concentraram no entorno do
eixo da rodovia, com distóncia míxima de 500 metros para cada lado. Todas as íreas
de alta e média probabilidades foram prospectadas por caminhamento - dispensando
a necessidade de escavaºÁes - e nenhum s¡tio pr®-colonial foi encontrado.

De acordo com a arque│loga, a atividade forneceu novos dados acerca do Patrimônio
arqueológico regional, destacadamente acerca dos padrÁes de assentamento J¬ pr®-
coloniais, permitindo confirmar a inexist¬ncia de bens arqueológicos em superf¡cie e
subsuperf¡cie nas íreas prospectadas, vistoriadas e monitoradas.