Publicada em 18 de Outubro de 2023

DNIT monitora organismos bioindicadores nas obras da BR-285RS

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizou, em setembro, a 5a campanha do
Programa de Monitoramento de Fauna - Bioindicadores no Lote 1 das obras de implantação e pavimentação
da BR-285/RS/SC. Desta vez foi analisada a totalidade dos 23 pontos indicados no licenciamento ambiental da
rodovia, uma vez que a terraplenagem avança em ritmo mais acelerado no segmento de São José dos Ausentes
(RS).

Nesta região encontram-se a nascente do rio das Antas, da drenagem do rio Jacuí, e as cabeceiras do rio
Pelotas, um dos principais formadores do rio Uruguai. Por meio do monitoramento de macroinvertebrados
bentônicos, a equipe de Gestão Ambiental busca identificar possíveis impactos negativos do empreendimento
sobre a área de influência. Estes organismos habitam o fundo de rios, lagos e demais corpos d’água, aderidos
a pedras e folhas ou enterrados no sedimento. Embora pequenos, são visíveis a olho nu. A sensibilidade e/ou
tolerância específica de cada grupo, que inclui insetos, anelídeos, crustáceos e moluscos, são aspectos que
ajudam a determinar a qualidade do ambiente amostrado. Após a coleta em campo, são efetuadas as etapas
de triagem e identificação das espécies e, posteriormente, as estatísticas em laboratório. Os resultados são
complementados pela checagem de determinados parâmetros da qualidade da água, como turbidez, oxigênio
dissolvido e temperatura.

Os potenciais impactos aos bentônicos associados às obras na rodovia estão relacionados à movimentação de
solos e à remoção da vegetação. Além da terraplenagem, ao longo do mês de setembro foi dada sequência
na construção da ponte (com função de passagem de fauna) no km 49 e do bueiro celular do km 47,4. A
campanha foi antecedida de altos volumes de chuva, decorrentes do El Niño, influenciando negativamente na
manutenção dos organismos. Além disso, os resultados revelaram características ecológicas dos Campos de
Cima da Serra que podem ser utilizadas para subsidiar estratégias de conservação e mitigação de impactos
ambientais relacionados às obras nessa região.